O Trem da Vida
Elbert Faustino
Uma viajem de trem
Terá sempre um sabor de novidade,
Mesmo que não seja a primeira vez.
Desbravando montanhas entre rios e penhascos,
Pontes e túneis.
A conversa na varanda
Entre uma paisagem e outra,
um café bem quente, histórias, causos, sonhos,....
Assunto é o que não falta.
Entre sorrisos, comentários fúteis,
Apenas para puxar conversa ...
A busca de alguém para ouvir e falar,
Sem pressa.
Dentro do trem a vida se acalma, respira aliviada,
Tem tempo de sobra
Para fazer amigos, trocar idéias e experiências,
Pensar, fazer planos, ...
Descansar, paquerar, ...
Ou até mesmo viajar.
Dentro do trem ,
As vidas dos passageiros se entrelaçam, ....
Cada um com seus sonhos, suas paixões, convicções ...
decepções , tristezas, adversidades, ....
um festival de sentimentos,
e nesta troca constante de energias,
a ansiedade, e a vontade de chegar se perdem entre os vagões.
Às vezes sozinhas ou com a família inteira,
As pessoas seguem no ritmo da locomotiva,
Em cada parada, as energias se renovam,
Alguns ficam e se despedem: “Boa viajem!”.
Outros chegam e se acomodam com suas bagagens, ...
Bagagens também de vida.
E o trem vai, seguindo o rio ...
Atravessando as montanhas,
No esplendor da mata atlântica,
quaresmeiras em flor,
Ipês, embaúbas, samambaias,
Orquídeas e bromélias, Cachoeiras.
Transportando vidas ,
Até chegar ao destino final,
E todos desembarcam.
O trem fica vazio, sensação de ausência,
Saudade precoce.
Ao amanhecer de um novo dia
Uma nova aventura se inicia.
Outras vidas, novos sonhos,
Esperança.
E a história se repete,
Dia após dia
No trem da vida.
Reflexo
Elbert Faustino
Neste instante
Quero a nudez,
A nudez de tua alma
A nudez de tuas carnes
A nudez de teus desejos
A nudez de teus sonhos
A nudez de teus olhos.
Teus olhos diamante!
Teus olhos de amante,
Desnudando minha alma,
Minhas carnes,
Meus desejos,
Meus sonhos,
Meus olhos.
Elbert por João Lenjob
O Betão, como o chamo, é outra pessoa que conheci na infancia. Primo por parte de pai, este jovem camarada é uma ilustre pessoa da minha estimada Nova Era. Muito importante ressaltar que este, participou do meu livro O Cavalo Livre de Troia, ao escrever uma das orelhas. O que para mim valeu de atitude e gesto de generosidade literaria. O Elbert, ainda tem por natureza esta simplicidade elegante de falar das raízes, de como isso é imporante. Como se cada rio que serpenteia sobre seus textos com uma quantidade exuberante de agua, fosse cada veia na alma do leitor, com a mesma quantidade de sangue. E de tamanho entusiasmo com o Intercambio, o amigo mandou dois poemas. É bom tê-lo aqui Betão. Obrigado mais uma vez.